Câmbio de Equilíbrio
Qual a cotação futura do dólar?
A média histórica pode dar uma boa indicação da tendência de longo prazo. Para medi-la em termos reais, no entanto, é necessário descontar a perda de valor com a inflação nos países de origem.
Isto é feito no Painel abaixo onde o gráfico anual mostra, em moeda da data da última medida, o valor real do câmbio desde 1947. Pode-se ver que o câmbio oscila em torno de uma média de longo prazo. O gráfico mensal mostra os valores a partir de Março 1999 quando se adotou o regime de câmbio flutuante no qual o Governo limita sua atuação a intervenções indiretas vendendo ou comprando divisas. É, portanto, um regime de câmbio onde não existem mais interferências diretas dos agentes públicos onde a cotação do dólar chegou a ser determinada por decreto ou portaria e mantida artificialmente até tornar-se insustentável.
Câmbio Médio R$/US$: Valores médios históricos em moeda atualizada até abril de 2019
Painel: Valores anuais e mensais da taxa de câmbio em R$/US$ em moeda atualizada para a última data mostrada no gráfico: Mostra-se a média histórica e a referente ao período onde o câmbio passou a ser flutuante (a partir de 1999) e a diferença entre essa média e a última cotação. Cada gráfico pode ser realçado em separado e os valores dos pontos são indicados com o auxílio do cursor.
Recursos do Painel Mostrado
A Figura ilustra alguns recursos do Painel acima elaborado com o Programa Microsoft Power BI que possibilita reunir várias informações sobre o mesmo assunto em um painel. No caso, são apresentados 3 quadros sobre o comportamento do câmbio comercial corrigido: Dados mensais a partir de 1999 (período de câmbio flutuante), dados anuais a partir de 1947 (dados mensais podem também ser vistos para período mais recente) e explicação sobre a correção de inflação. O quadro dois ilustra melhor os recursos disponíveis.
A cotação futura do dólar é uma informação cuja resposta precisa seria bastante valiosa. Como mostra o comportamento de longo prazo, valores muito fora da média tendem a ser revertidos. Infelizmente, a questão não é de simples resposta já que muitos são os fatores que influenciam o câmbio como a solidez econômico-financeira do País e de suas principais empresas, as expectativas de estabilidade política, a taxa de juros real praticada e o próprio comportamento tendencial do câmbio já que frequentemente o “efeito manada” exerce um papel fundamental nas cotações. Também existe a ação direta sobre o câmbio seja por intervenção governamental, seja por compra e venda de moedas estrangeiras efetuada pelo Banco Central, ou ainda, pela ação direta de mega-especuladores.
O dólar de equilíbrio(*), ou melhor a média dos valores históricos corrigidos tomada como proxy do que seria o valor que equilibraria o comércio entre o País e o exterior, é útil também para avaliação de competitividade entre empresas brasileiras e empresas situadas no exterior. A simples taxa de câmbio pode conduzir a conclusões contraditórias frente as fortes oscilações históricas que apresenta. O dólar de equilíbrio oferece uma resposta sobre a competitividade que é mais adequada para o longo prazo.
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(*) Nota: Ver discussão sobre o conceito de dólar de equilíbrio em http://www.bankofengland.co.uk/archive/Documents/historicpubs/workingpapers/2004/wp248.pdf